Memórias Assis

Me lembro ainda de muito pequena ir visitar minha avó materna, chamada Alzira, na cidade de Assis em SP.
Eu simplesmente amava a minha avó, e a casa dela.
Minha avó era extremamente caprichosa, a casa era impecável, e por todos os lugares podia-se ver paninhos de crochet, tapetinhos de patchwork e de jeans pela casa.
Na época, minha mãe era um tipo de gerbo fóbica, pois tudo o que me pertencia, era esterilizado, e sempre quando eu chegava na casa da minha avó, tinha um pratinho, um copo, e talheres novos para eu usar.
Mas, deixe-me explicar a questão germofóbica de minha mãe. Eu era uma criança saudável com terríveis crises de bronquite, eu nunca tive nenhuma doença mas, a mardita bronquite me pegava e me derrubava, por isso minha mãe era tão cautelosa com a limpeza dos meus itens de alimentação.
Minha amada avó, era uma pessoa incrível! Mulher muito crente, com os cabelos pelo bumbum, passava pó de arroz, e talco de alfazema (me lembro até do cheiro). E lá eu via a minha avó escovando os longos "belos" e depois os finalizando com um coque que não era rosquinha mas, que era tão chique quanto.
Sempre que chegava, ela me dava umas bolachas de coco, que eu amava...
Os Natais na casa da minha avó eram aconchegantes, a primaiada correndo pela casa, o primo Junior quebrando as nozes nos batentes das portas, o primo Rogério perturbando a prima Sabrina, cantando uma música sobre um vizinho japonesinho, que gostava dela, era um barato.
E as sopas?
As sopas, eram servidas as 18:00h até mesmo no dia da ceia de Natal, e as crianças se sentavam e ela nos servia, enquanto brincávamos uns com os outros.
Sem falar nas brincadeiras de palito, onde minha avó mexia mas, dizia: Não mexeu menino! Dando uma risadinha disfarçada...
A hora da partida era sempre triste, minha mãe as vezes vinha chorando, disfarçando para eu não ver, eu achava aquilo estranho mas, hoje entendo que era a saudade que ia bater. (rimou!!!)
Essa é a primeira de muitas outras que escreverei!
Até mais, memórias...
Cristiane